Monday, August 07, 2006

Trilhos

Hoje, a tinta lascou da parede. Quando toco em Mim sinto-me como grãos de areia levitando em Nada, sem nexo, como se as coisas que me preenchem fossem Tudos sem Nadas, Vontades ou Nexos e sou-me por mais um Dia.
Cada vez que toco no que Fui, a ferida abre-se. Sou aquilo que nunca sonhei ser, e quero aquilo que nunca fui capaz de ter. Olho-me ao espelho e não encontro a miragem do que Era e acredito que o mapa da minha vida se dissolveu na vontade do que já foi.
Cada lapso de vida, acredito, pode dar-nos muito, quando somos capazes de nos levantar e retomar os trilhos que nos marcam a Alma e são capazes de nos guiar rumo ao Infinito da nossa Existência. Sempre quis alcançar o Infinito, mesmo sabendo-me incapaz de o alcançar. Talvez resida ai o erro de Mim. Sempre adorei deitar-Me comigo e acordar Comigo mesmo. Porém hoje, deito-Me comigo e acordo tão Sozinho, como se Mil tornados me habitassem a Mente quando durmo e me levassem para o sítio da incansável Busca e então aí sou aquele que de Mais pobre ao Mundo veio. Serei o peregrino de Mim, mesmo não me sabendo?
Os dedos estão ásperos do toque que não tenho e os olhos semi-cerrados do olhar no Nada do que sou. Vivo-me na Terceira das minhas vidas: a vida utópica. Tenho a teoria que todos temos três vidas: a sofrida, a vivida e a utópica. Não há lugar a meio termos nem a simples indagações de vida ideal. Se fosse ideal a vida não culminava na Morte, antes no prorrogar de uma História que se queria idílica. Vivo-me na Vida Utópica para Me acreditar e para acreditar que algo pod ser melhor do que aquilo que já fui e já tive. Mas, afinal, o que quer dizer a palavra Utopia?
Indago e penso no Engano que penso, pensando que penso o que está errado no pensar. E ainda assim, continuo pensando que posso ser o Homem que... Lutará para que Nada seja o certo dos dedos, e dos toques e ainda assim não percebo que rumos e trilhos cruzo. Se é que tenho trilhos no que quer que seja.
Hoje, tento desvendar o meu código, perdido nos dedos de quem me deixa.
Apenas eu, Hugo!

1 Comments:

Blogger Bruno Moutinho said...

Quando sonhamos só nos cabe a nós concretizar esses sonhos. O ser humano vive numa permanente peregrinação interior para descubrir o seu próprio "EU". Pode nunca o encontrar uma vez que não é tão simples assim, mas faz parte de si próprio procurar.
Dizes que a vida nao é ideal porque existe a morte. Não concordo. A morte faz parte da vida. Tudo o que começa acaba para que depois possa recomeçar. É um ciclo de nascer-morrer-renascer, até que a alma seja totalmente purificada (penso que sabes de onde vem esta teoria).
Só tu podes lutar por ti mesmo, os que estão à tua volta podem ajudar-te, mas a batalha final será sempre tua.
Espero que te voltes a encontrar...

Abraços

5:44 AM  

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