Saturday, April 01, 2006

Aqui


Sim. Aqui Mesmo. Aqui Mesmo onde o Teu toque não alcança se perpetuam as vozes que outrora imitaste.
Aqui, onde a Escura Madrugada pintou de Negro a minha Alma e me deixa aqui neste jazigo a que chamo Vida.
Aqui, onde não Ouço o palpitar das ondas que emanam do Teu coração.
Aqui, na Ausência daquilo que foi um Nós, grito na Esperança que ouças, que Vejas, que sintas uma Simbiose definida outrora por um Alguém a que chamava Eu.
Aqui, no restício dos fragmentos que brotam do meu Antigo Eu, sofro como se estivesse lúcido para me Acabar.
Aqui, onde Pousado nos ponteiros do meu Relógio contava os minutos que faltavam para te voltar a Tocar, hoje vivo Pousado em cima de uma Caixa de Pandora, que abri, procurando-Me por entre folhas de papel que escreveste, sentindo os teus toques por momentos, apertando a minha Mão no Nada que lá deixaste.
Aqui, onde te conheci por obra do acaso, tento hoje buscar o Rumo que me trilhe este Grito que me asfixia, perguntando-Me se a definição de Ilusão existe, ou se vivemos e viveremos uma ficção real.
Aqui, onde o meu Peito tatuado com o teu nome, jorra géiseres de sangue, sinto-me fútil, incompleto e banal por entre gente de igual índole.
Aqui, onde as Estrelas não tocam, pinto um Firmamento só Meu onde possas ser a Estrela mais cintilante.
Aqui, onde o Sol pára de brilhar, quando abro a porta, as lágrimas acabaram, as mucosas tornaram-se áridas, e a Vontade escassa.
Aqui, onde o Ocaso pousou, perdi o Brilho nos olhos, perdi o verde neles abundam simbolo de Esperança, e hoje, e Aqui, não sou mais do que um Alguém que espera que possas Acordar desse teu Sono Desperto a que dizes chamar Vida.
Aqui, onde o Teu Lugar me deixa no Vazio, estou mais só do que Sozinho.
Aqui...
... só se espera estar Aí: nos Teus Braços, nos Teus Olhos, na Tua Boca, em Ti.
Apenas eu, Hugo!

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