Sunday, March 26, 2006

Labirinto


Virei as costas ao conformismo. Não sei por onde percorra, que caminhos trace, que palavras use, que silhueta apresente para me sentir mais Eu. A Verdade, essa Mentira, continua aqui à frente dos meus olhos para a descobrir e não sou capaz de a ver, por mais frontal que seja a observação.
Enclausuro-me em medos de esfinge variada, em cogitações de futuros que não quero e vou-me ferindo aos poucos. Ferindo tudo aquilo em que acredito, virando as costas ao que a Razão mandaria fazer, mas mergulhando bem no Fundo nos sonhos que me habitam.
Estou no mais complicado dos labirintos que alguma vez enfrentei. Vejo-Me por entre paredes espessas, sem saber o que esperar da Alvorada, sem saber o que esperar da Vida, sem saber o que esperar de Ti. Ferram-me estes cães todos os dias, com o medo que o Sonho não mais passe a ser realidade. O Medo que a inexistência de um Algo te leve para longe, te retire esse sentimento do peito em favor de uma futilidade, de um momento, de um qualquer trato de coisa, necessariamente mais vazia do que o meu Amor por Ti.
Tenho saídas em mente mas não sei qual escolha. Se acredito que podemos Ser novamente, ou se desisto daquilo que almejo da Vida, que é poder tocar-Te novamente, e poder amar-Te todos os dias da minha vida. Vejo-me aqui, embebido num Medo de te perder de vez. Enquanto que o teu sentimento por Mim não murchou, vejo-me na eminência que ele desapareça a cada passo teu, agora que dou passos rumo a Ti.
Habita-me o Medo da Perda, mais do que o Corpo, o Medo da Perda do teu Sentimento, esse mesmo que me vai enchendo os pulmões de vontade de ir a correr para Lisboa e tocar-te em Sete Rios, olhar-te no Metro, tocar-te num qualquer restaurante, ver o Tejo contigo, sentar--mo-Nos no Terreiro do Paço olhando para o Arco da Rua Augusta, abraçar-Te nas Picoas... e tudo o mais que temos guardado no Tempo, o tempo em que as nossas Almas andavam juntas por entre uma Lisboa que me pedia para ficar, me pedia para Te beijar ali mesmo em frente a uma multidão sem rosto.
Medo, meu Amor, que esse teu sentimento se desvaneça, como um nevoeiro que desaparece por entre rios de lágrimas que vou jorrando na tua ausência, sem saber que tipo de gestos podes seguir, ou que comportamentos vais adoptar. Quero ser capaz de Te olhar bem dentro e de te pôr, de novo, borboletas na barriga, de te calar com um Beijo e conquistar tudo aquilo que falamos de maneira cabal, inequívoca e intransigente.
O meu Amor por ti é Único. Talvez não caiba num só peito. Daí querer o Teu, para junto partilhemos o sentimento que nos une, e não o deixemos morrer por entre dias que se passam sem o gesto, por entre bocas que não falam, por entre beijos que não são dados.
Espero poder lutar por ti de igual para igual, e fazer-te a Pessoa mais feliz deste Mundo e do Outro.
Hoje, perco-me nos labirintos!
Amo-te!
Apenas eu, Hugo!

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