Comboio de corda
Saio à rua. Lá fora o dia quer-me Mal e manifesta-o jorrando lágrimas de uma mucosa em ferida. Dou por mim, deambulando num pseudo-estado, numa pseudo-realidade, onde não vejo cores, não vejo imagens, não sinto cheiros, não me sinto, não vivo.
Sinto-me bater à velocidade de Mil Ferraris com o maior dos pesos no estômago, como que levado por mil tornados, mais vazio que a maior das Câmaras Ocas que se possam conceber.
Vivo-me como um comboio de corda, levado por uma força que não controlo, sendo e estando não sei porque razão, se é que em alguma coisa da Vida podemos afirmar existir razão.
Perdi o rumo dos sentidos que a Saudade do Corpo aflorou. Terei perdido algo mais? Sinto-me como o insenso pedindo para ser acendido, por um Alguém, o Alguém. Sinto-me baixo, pequeno, minusculo, incompleto, perdido, desnorteado, ausente de Mim, posto numa qualquer lápide.
Perdi-Me de Mim e não me encontro. Procuro nos racunhos, nos restícios dos sonhos e maravilhas que imaginei, na mais venerada parede e só consigo ver as sombras de silhuetas que por lá estiveram. Pégadas na areia, levadas por Marés Vivas de solidão que me afogaram nesta dor que me inunda as entranhas mais profundas do Ser. Sou, sendo o que não Sou, querendo ser o contrário do que Sou agora. E pergunto-Me se algum dia serei.
Olhei os Retratos de Memórias num qualquer olhar de soslaio e vi-me numa Memória de Ser que outrora fui. Pergunto-me se seria Real, se vivo no Real ou no Imaginário, se me perco por ideias e por sonhos, ou se luto por eles para saber que não Reais. Antíteses e paradoxos que não consigo solucionar, por entre vultos de Ontem e presenças adiadas do Hoje.
Os sonhos e vestígios guarda-os na minha Gaveta fechada à chave. Esperando que um Alguém se lembre de a abrir, me devolva o Querer Ser, se devolva o Ser. Chegarei ao cais do Tormento mais rapidamente do que serei Sombra, ainda que os meus vacilos me levem muito perto da Loucura.
Não consigo definir o que sinto. Não me consigo sentir Eu. Não consigo libertar-me destas sombras e vazios, destes pensares, destas ausências de gestos, dos ídilicos pensamentos de Vontade, das razões que tinha, do sentir-Me ùnico por entre os Unicos. Mas perdi-Me e hoje sou, novamente, o que lutou para não ser. O que deu para não ter. O que lutou pelo Sonho e não chegou lá. Morri na Praia, no momento em que inspirei.
Hoje, vivo momentos sonhados outrora, sem o sentido que deveriam ter e pergunto-Me se algum dia poderei a sentir-Me novamente. Quem o sabe? Ninguém, nem eu próprio. Não escolho o que sinto, escolho antes caminhos, metas, sonhos e vontades. Mas perdi a minha Vontade... Sinto-me hoje agindo mecanicamente, como um comboio de corda, levitando por entre gestos, sorrindo por aparências, Sendo por conveniência. Trespassou-me a cruel seta da ausência e hoje sofro no silêncio para não me impor. E ali, onde o Fim do Dia me beija novamente, dou por mim a derramar o liquido dos fracos, dos que não sabem passar por cima: a Lágrima.
Rezo aos Deuses que venero que façam estalar as minhas estalactites de Dor perpetuadas em minha alma, enquanto Te falo no silêncio. Será que me Ouves? Consegues?
Gostava de não ter colocado o ponto final. Antes um ponto e vírgula. Enquanto isso, Lisboa vai-me dizendo olá lentamente, a minha silhueta transformando-se, tornando-Me mais Homem, tornando-Me naquilo que pensavamos que viria a ser. Porém, só agora eu me Vejo ao Espelho. Consegues ver-me no Teu Luar? No teu Olhar? Em Ti?
Sinto-me como um comboio de corda a entreter o Sentir.
Acho que não serei jamais o Homem completo de um Outrora. Se é que irei conseguir alguma vez ser completo. Até saber, vivo-me sem a Simbiose, pensando se terás apagado os meus escritos a lápis nos teus/meus livros, se apagaste da tua pele os beijos que te dei, se apagaste do teus olhos os meus, se me apagaste do Teu Toque.
Quero-Te no Silêncio Ensurdecedor da Minha Vida!
Apenas eu, Hugo!
... e a corda acabou, e o comboio parou... choro
Sinto-me bater à velocidade de Mil Ferraris com o maior dos pesos no estômago, como que levado por mil tornados, mais vazio que a maior das Câmaras Ocas que se possam conceber.
Vivo-me como um comboio de corda, levado por uma força que não controlo, sendo e estando não sei porque razão, se é que em alguma coisa da Vida podemos afirmar existir razão.
Perdi o rumo dos sentidos que a Saudade do Corpo aflorou. Terei perdido algo mais? Sinto-me como o insenso pedindo para ser acendido, por um Alguém, o Alguém. Sinto-me baixo, pequeno, minusculo, incompleto, perdido, desnorteado, ausente de Mim, posto numa qualquer lápide.
Perdi-Me de Mim e não me encontro. Procuro nos racunhos, nos restícios dos sonhos e maravilhas que imaginei, na mais venerada parede e só consigo ver as sombras de silhuetas que por lá estiveram. Pégadas na areia, levadas por Marés Vivas de solidão que me afogaram nesta dor que me inunda as entranhas mais profundas do Ser. Sou, sendo o que não Sou, querendo ser o contrário do que Sou agora. E pergunto-Me se algum dia serei.
Olhei os Retratos de Memórias num qualquer olhar de soslaio e vi-me numa Memória de Ser que outrora fui. Pergunto-me se seria Real, se vivo no Real ou no Imaginário, se me perco por ideias e por sonhos, ou se luto por eles para saber que não Reais. Antíteses e paradoxos que não consigo solucionar, por entre vultos de Ontem e presenças adiadas do Hoje.
Os sonhos e vestígios guarda-os na minha Gaveta fechada à chave. Esperando que um Alguém se lembre de a abrir, me devolva o Querer Ser, se devolva o Ser. Chegarei ao cais do Tormento mais rapidamente do que serei Sombra, ainda que os meus vacilos me levem muito perto da Loucura.
Não consigo definir o que sinto. Não me consigo sentir Eu. Não consigo libertar-me destas sombras e vazios, destes pensares, destas ausências de gestos, dos ídilicos pensamentos de Vontade, das razões que tinha, do sentir-Me ùnico por entre os Unicos. Mas perdi-Me e hoje sou, novamente, o que lutou para não ser. O que deu para não ter. O que lutou pelo Sonho e não chegou lá. Morri na Praia, no momento em que inspirei.
Hoje, vivo momentos sonhados outrora, sem o sentido que deveriam ter e pergunto-Me se algum dia poderei a sentir-Me novamente. Quem o sabe? Ninguém, nem eu próprio. Não escolho o que sinto, escolho antes caminhos, metas, sonhos e vontades. Mas perdi a minha Vontade... Sinto-me hoje agindo mecanicamente, como um comboio de corda, levitando por entre gestos, sorrindo por aparências, Sendo por conveniência. Trespassou-me a cruel seta da ausência e hoje sofro no silêncio para não me impor. E ali, onde o Fim do Dia me beija novamente, dou por mim a derramar o liquido dos fracos, dos que não sabem passar por cima: a Lágrima.
Rezo aos Deuses que venero que façam estalar as minhas estalactites de Dor perpetuadas em minha alma, enquanto Te falo no silêncio. Será que me Ouves? Consegues?
Gostava de não ter colocado o ponto final. Antes um ponto e vírgula. Enquanto isso, Lisboa vai-me dizendo olá lentamente, a minha silhueta transformando-se, tornando-Me mais Homem, tornando-Me naquilo que pensavamos que viria a ser. Porém, só agora eu me Vejo ao Espelho. Consegues ver-me no Teu Luar? No teu Olhar? Em Ti?
Sinto-me como um comboio de corda a entreter o Sentir.
Acho que não serei jamais o Homem completo de um Outrora. Se é que irei conseguir alguma vez ser completo. Até saber, vivo-me sem a Simbiose, pensando se terás apagado os meus escritos a lápis nos teus/meus livros, se apagaste da tua pele os beijos que te dei, se apagaste do teus olhos os meus, se me apagaste do Teu Toque.
Quero-Te no Silêncio Ensurdecedor da Minha Vida!
Apenas eu, Hugo!
... e a corda acabou, e o comboio parou... choro
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