Eternidade
Abri a mão.
Leio-Te por entre Linhas de um esboço de vida feito num papel qualquer. Faço sincronismos metafóricos mentais tentando entrar na Tua Mente, ler-te o olhar, ler-te o Ser, mas isso só me leva para longe deste cais.
Tropeço nos dias como um Bêbado. Pergunto se passará a bebedeira por entre um palpitar súbito de vontade de me perder em Ti.
Fito o Horizonte com o teu Amor no Olhar. Lisboa, a cidade do Amor que nos uniu, emerge unica e fantástica como o bastião de um Universo só Nosso, onde os quartos foram covis de um Amor que se fez, por entre Chuvas e Tormentas que nos habitavam.
Perco-Me na leveza do teu Ser, habitando-te no teu silêncio. Olho-Te nos pedaços de Vida que em mim cravaste, almejando o seguir de uma História de Amor que o Barqueiro não pode quebrar. Duas Almas com A grande, que resistiram ao Ocaso dos acontecimentos, e hoje, jorro lágrimas de dor capazes de encher o Tejo, tentando mitigar no teu silêncio uma dor de uma Ausência que sinto.
No quarto, uma Colcha caída me puxa atrás no Tempo. Me leva ao Começo do Ser, ao começo do Tacto, dos Beijos, da Chuva na Face, das promessas de Amor Eterno que juntos escrevemos numa folha qualquer, com uma caneta banal, fitando-Nos por entre transeuntes vazios de sentido num contexto que era só Nosso. E hoje, somos apenas Eu e Tu, num Silêncio Cristal, vagueando entre Brumas e Infernos, oscilando entre o Tudo e o Nada, ora sofrendo pela Ausência ora desatinando na Presença.
Hoje, aqui nesta pétala que seguro na mão escrevo o teu Nome. O Nome da tatuagem que tenho no meu Coração, esse tal Amor que dizes poder não ser eterno. Oxalá visses, que o Meu sentir passa as barreiras da Razão, e que, por entre risos e choros, por entre chuvas e sóis, o Teu Eu me preenche. Quero o Toque, o Beijo, o Lábio, o Pescoço, cada pedaço de Ti, que outrora percorri com a sofrega vontade do Amor que se fez, mas agora com a Eterna Melodia cantada da Felicidade embrulhada numa qualquer seda, de uma qualquer India.
Vejo-me embutido num pesadelo, onde os Corvos me cravam na Pele o Teu Perfume e a dor do teu silêncio: mais do que o silêncio da tua Boca, o silêncio do Teu "Amo-te", do teu "Quero-te", do teu "És o homem da minha vida".
Todas as metáforas parecem subtis e fragéis para descrever o que a minha alberga por Ti. Pergunto-me, aqui, se serás capaz de Olhar pa Mim, entrar bem dentro da minha Alma e ver aquilo que só tu tens capacidade de ver, de sentir aquilo que me vai cá dentro, o interpretar cada olhar meu, cada riso, cada gesto, cada pequeno sinal de um qualquer membro.
Vivo o meu Dia como uma contagem descrescente. A contagem decrescente para o fim da Saudade: saudade definida como a Vontade de que tudo volte a acontecer.
E lutarei para que volte a acontecer, porque Te Amo e porque Te quero.
Apenas eu, Hugo!
1 Comments:
Como eu compreendo esse sentimento esse estado de impotencia de não ter existência suficiente para ocupar aquele espaço todo onde falta o outro. Como arrumar o amor, arquivá-lo, esquecê-lo? Como se sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha?
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