Tuesday, August 10, 2004

Um dia, não sei...


Pergunto às estrelas quem sou eu... Elas caladas, ou envergonhadas de quem a ela se dirige, limitam-se a ingnorar-me como se ignora um mendigo suplicando por ajuda no meio da rua.
Posso não ser um mendigo, latu sensu, mas interiormente mais que mendigo sou alguém sem nada.
Começam cada vez a emergir na minha mente interrogações e pensamentos, que racionalmente, nao deveriam existir. Há pessoas que na minha conjuntura e posição já teriam "passed away with his/her life" mas vou-me mantendo fiel à missão que os meus pais me confiaram: Viver! Mas um dia não sei...
A Economia sempre me fascinou. A Matemática idem. O problema é que a aritmética da minha vida vai espelhando um número enormemente negativo. E infelizmente a tendência a cada dia que passa, nesta "vida", em sentido meramente lato.

Pergunto aos deuses quem sou- Eles dizem-me , ou pareço ouvir ou então é somente esquizofrenia da minha parte que devo seguir, calmamente como um rio, utilizando a feliz metáfora de Ricardo Reis, mas eu pergunto relutante e perspicazmente: Mas seguir para onde? Com que objectivo? Porquê?
O sonho comanda a vida. Mas nada se fala sobre utopias ou ideais de vida, só sonhos... ´Pense-se: se o sonho fosse real, porque é que Deus tinha que querer? ("Deus quer, o Homem sonha (...)".
Isto faz-me revoltar! Uma interpretação mais extensa deste verso faz-me concluir que se quero alcançar a felicidade e não consigo ( e vou definir isso como um sonho), então se não o consigo Deus é o culpado!
E agora, que faço eu?! Suplanto-me a um Deus cujo poder sobre a mente dos Homens em nada se compara ao meu ou acho noutros campos a força que me guie? Mas em quê? Interrogações retóricas, que infelizmente nem eu sei que caminho hei-de seguir para que a retórica deixe de ser isso mesmo.
Lentamente começo a mudar: mais triste, mais fechado, menos paciente e cada vez mais vivendo somente como o meu Eu! Ao menos esse sei que me valoriza "giorno per giorno" e me vai mostrando que se pode ser amado por aquilo que sou, represento e quero. Não se pense aqui neste caso em egocentrismo. Nada disso. Há quem vá atenuando a dor de pensar alheando-se. Eu alheio-me comigo mesmo, porque só a Mim reconheço neste momento compatibilidade total comigo na maneira de pensar. De futilidade e banalidade no ser e no agir ando eu e o Mundo saturado!
Um dia o sofrimento "will come to an end"
Apenas o de sempre: Hugo!