Pode ser impressão...
Dei por mim hoje a pensar em algo que, sem dúvida me inquietou.Pensei, não bem porquê, onde é que andariam os meus amigos, e quando digo amigos é uma definição estrita daquilo que é um amigo: alguém de pura confiança, que procuras o seu conselho quando mal estás ou de algo necessitas. Por incrível que pareça, debati-me num vazio. Não que não considere alguém como meu amigo, mas antes por pensar que uma relação desse tipo e envergadura deve ser recíproco.
Tempos houve em que a amizade era um estandarte para mim, algo cuja grandiosidade nunca era posta em causa e sentia que junto dos meus amigos, verdadeiros amigos, eu conseguia um estatuto tal que mais ninguém me conhecia dar. Sem perceber porquê, os meus amigos de então foram deixando de actuar na minha esfera e ainda hoje me pergunto porquê.
Começo a criar uma explicação para isso: ou sou eu que sou de espécie demasiado complicada, ou os meus amigos não me dão o devido valor. Inexoravelmente, cheguei facilmente à conclusão que a primeira hipótese é a que tem mais sustentabilidade.
Não sei se tenho um feitio reles, mesquinho ou quiçá complicado. A verdadeira evidência é que não tenho o irmão que nunca tive e sempre desejei ter. Muitas vezes, dou por mim por entre as minhas grandes névoas ansiando deitar cá para fora o que vai lá dentro e me destrói a alma. Mas lá fora, as pessoas que lido diariamente ou tenho mais contacto noto não estarem nem aí ou existirem em esferas paralelas com nexos e sentidos completamente diferentes dos meus: Pergunto e nunca chego à conclusão do porquê.
Ter um irmão, um companheiro, um ombro amigo foi o que sempre desejei ter. Já o tive, mas até esse que outrora tive fez questão de me mostrar que, por vezes, a mente pode ser forte, mas a carne demasiado fraca.
Do fundo no coração não vejo ninguém actualmente que me veja da mesma forma. É certo que é talvez injusto querer alguém assim, mas não se trata aqui de mero capricho ou teimosia, simplesmente um irmão sempre quis ter mas a vida tem sido demasiado ruim comigo para tal. Acho que a visão que tenho da vida se afunda cada vez mais.
Não será certamente esta visão que vou defendendo e abordando que quero da vida. Mas nem sempre aquilo que se sente ou vive é aquilo que realmente queremos. Muitas são as pessoas que ficam demasiado boquiabertas quando lêm o que escrevo, não por estar mal escrito, mas sim pelo próprio conteúdo em si.
Ficam espantadas pela maneira sentida e inequívoca como falo e me expresso e mais importante que isso pelo eu sentir as coisas que narro desta maneira. Ninguém, repito ninguém, gostaria de sentir o que sinto e se não o mostro a mais gente é porque acho que simplesmente sou entediante que chegue ou porque supostamente a pessoa a quem me iria abrir é de um mundo tão à parte que possivelmente não me iria entender.
Gosto de ser valorizado pelo que sou e não pelo que aparento ser ou ter. O que tenho acho que cada vez mais chego à conclusão que é muito pouco, ainda que em situações normais de convivências não espelhe totalmente isso, pois não gosto de ser o coitadinho. Mas só Deus e eu sabem, sim esse Deus que ontem critquei e de que maneira, o que passo quando estou sozinho e me bejo como realmente estou: com um vazio que nem vos digo nem vos conto!
Estou certo que tudo na vida é cíclico e quero fazer da Economia que tanto amo uma "verdade absoluta": se tenho menos hoje, concerteza irei ter mais amanhã!
Apenas e só eu: Hugo!
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