Há quem diga, de fonte segura, que a maneira como cada um vê o mundo varia se mudarmos a pessoa a quem perguntamos a opinião. Há acontecimentos e até mesmo posturas que me marcam de uma maneira extremamente marcante. Magoa-me mesmo muito, ainda que se calhar não devesse. Dei hoje por mim a ouvir coisas e a sentir coisas que me deixaram com a alma em pedaços. Ouvi, por exemplo, hoje a minha própria mãe a dizer que o orgulho dela era a filha que tinha e que sem ela a vida dela ficaria completamente oca e incompleta. Eu pergunto: e eu? Será que a minha existência não é relevante? São, e desculpem o termo, merdas como estas que me molestam e martirizam ainda mais o ser. Até a fazer aquilo que mais gosto não consigo obter a satisfação plena. Não sou valorizado em nada do que faço, em nada do que sou... Sou um traste, alguém lacónico que existe por existir e não serve absolutamente para nada, nem para jogar o jogo que mais gosta. Sinto o mais reles, a mais repugnante criatura que Deus ao mundo deitou... Não sei que desejar, o que querer,, como agir, como pensar. Nada! O amanhã se me levanta para mim como um repetir de martírios por que já passei, reavivados a cada batimento cardíaco dentro do meu peito. O amor não me bateu á porta na plenitude e quando parece bater algo há que me faz ver que sou e sempre serei talhado para sofrer, para viver martirizado, complexado, deprimido e amargurado. Dou por mim num corredor que desejava ser o corredor que me levasse à paz eterna: que percorrendo esse corredor, deixasse de uma vez de ver a luz do dia e deixasse de ter esta existência medíocre de um vazio exacerbado e de sofrimento constante! Quem eu quero levanta N problemas para me dar aquilo que eu anseio e coloca mil interrogações às mais simples trivialidades; naquilo que estudo sou invejado, não sendo dos mais brilhantes, quando tiro algo superior; nas actividades lúdicas até aí o sargaço vai corrempendo a rocha da minha existência. Dou por mim, portanto, entre a espada e a parede: ou sigo num caminho em que o sofrimento vai inexoravelmente continuar a molestar-me a alma ou enveredo por dar fim a isto tudo, porque sei que poucas ou nenhumas serão as pessoas que sentirão a minha falta! Os meus pais não acho que sintam que tenho papel relevante, e não digo sem pensar, falo muito a sério. Os meus avós sim esses consideram-me o centro do Universo deles! Adoro-os! Como te adoro a ti ( tu sabes quem é)! De resto, amigos nem vê-los e de resto poucos me relevariam. Vou chorando, vou sofrendo, vou-me enterrando no abismo. Um dia enterrar-me-ei de vez, porque sofrer desta maneira ninguém aguenta. Deus queira e faça com que a minha mente não escolha esse caminho. Mergulhando e sofrendo num abismo a que chamo vida, apenas eu: Hugo!
Saturday, October 09, 2004
Há quem diga, de fonte segura, que a maneira como cada um vê o mundo varia se mudarmos a pessoa a quem perguntamos a opinião. Há acontecimentos e até mesmo posturas que me marcam de uma maneira extremamente marcante. Magoa-me mesmo muito, ainda que se calhar não devesse. Dei hoje por mim a ouvir coisas e a sentir coisas que me deixaram com a alma em pedaços. Ouvi, por exemplo, hoje a minha própria mãe a dizer que o orgulho dela era a filha que tinha e que sem ela a vida dela ficaria completamente oca e incompleta. Eu pergunto: e eu? Será que a minha existência não é relevante? São, e desculpem o termo, merdas como estas que me molestam e martirizam ainda mais o ser. Até a fazer aquilo que mais gosto não consigo obter a satisfação plena. Não sou valorizado em nada do que faço, em nada do que sou... Sou um traste, alguém lacónico que existe por existir e não serve absolutamente para nada, nem para jogar o jogo que mais gosta. Sinto o mais reles, a mais repugnante criatura que Deus ao mundo deitou... Não sei que desejar, o que querer,, como agir, como pensar. Nada! O amanhã se me levanta para mim como um repetir de martírios por que já passei, reavivados a cada batimento cardíaco dentro do meu peito. O amor não me bateu á porta na plenitude e quando parece bater algo há que me faz ver que sou e sempre serei talhado para sofrer, para viver martirizado, complexado, deprimido e amargurado. Dou por mim num corredor que desejava ser o corredor que me levasse à paz eterna: que percorrendo esse corredor, deixasse de uma vez de ver a luz do dia e deixasse de ter esta existência medíocre de um vazio exacerbado e de sofrimento constante! Quem eu quero levanta N problemas para me dar aquilo que eu anseio e coloca mil interrogações às mais simples trivialidades; naquilo que estudo sou invejado, não sendo dos mais brilhantes, quando tiro algo superior; nas actividades lúdicas até aí o sargaço vai corrempendo a rocha da minha existência. Dou por mim, portanto, entre a espada e a parede: ou sigo num caminho em que o sofrimento vai inexoravelmente continuar a molestar-me a alma ou enveredo por dar fim a isto tudo, porque sei que poucas ou nenhumas serão as pessoas que sentirão a minha falta! Os meus pais não acho que sintam que tenho papel relevante, e não digo sem pensar, falo muito a sério. Os meus avós sim esses consideram-me o centro do Universo deles! Adoro-os! Como te adoro a ti ( tu sabes quem é)! De resto, amigos nem vê-los e de resto poucos me relevariam. Vou chorando, vou sofrendo, vou-me enterrando no abismo. Um dia enterrar-me-ei de vez, porque sofrer desta maneira ninguém aguenta. Deus queira e faça com que a minha mente não escolha esse caminho. Mergulhando e sofrendo num abismo a que chamo vida, apenas eu: Hugo!
1 Comments:
Tu que és conhecedor de tantas palavras de F.Pessoa por certo já te cruzaste com estas: “Com filosofia não há árvores: há ideias apenas. Há só cada um de nós como uma cave. Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.” Quando com tanta força queremos algo para a nossa vida corremos o risco de a arquitectar de tal forma que nunca a teremos como de facto a desejávamos. Pior, corremos o risco de deixar de lado aquilo e aqueles com quem podíamos descobrir uma existência que, embora não a imaginada (ou apetecida), seria muito melhor do que aquela que agora vivemos. Se deres mais espaço a ti próprio e permitires que outros se juntem a ti vais descobrir que há muita gente que te quer bem, que te preza e que está determinada a partilhar contigo os trilhos da aventura que é a vida. Existir é descobrir: se te recusas a desvendar a vida, ela não vai ser nunca aquilo que imaginas. “Dá-te ao vento como um veleiro, solto no mais alto mar.” Tenho a certeza que assim, mesmo com alguns enjoos fruto da viagem, vais descobrir terra firme: vais respirar o ar de que precisas. Força!
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