Tuesday, August 17, 2004


Perdido num mundo que nem eu entendo sobrevivo á triste de sina, de morto ir vivendo. Morto num sentido mais abrangente do que a estrita ausência de sinais vitais num corpo, que dentro em breve nada será senão poeira e algo inútil ocupando um espaço que não devia.Morri para a vida há uns tempos atrás quando o mundo se começou a debruçar incessantemente sobre a minha cabeça. Ou porque eu me apercebi que ele estava debruçado ou porque ele de maneira inequívoca se me acercou ainda mais. Desde então, no recanto da minha intimidade, as lágrimas cobrem a minha face. Abunda em mim o pessimismo exacerbado, a ausência total de estima, de carinho, de amor próprio. Amigos do peito, colegas fantásticos, companheiros de jornada... Onde estão eles? Não quero nem sei assim viver. A ausência total de carinho se me esmaga a consciência pensante que faz de mim o pessimista que hoje cruelmente me assumo. Provavelmente, nenhuma das pessoas reconhecerá nisto que afirmo de maneira tão inequívoca uma qualidade ou algo que deva continuar. Nem essas pessoas assim pensam nem eu queria que me fosse apontada tal qualidade. Sou triste, vivo triste e não posso querer ser mais do que ser um triste. Assim me defino, retumbantemente. Sinto a sensação de aperto no estômago constante, desde o abrir dos olhos de manhã, até que à noite me deito na minha cama, no meu tumulo, na minha campa. Os maiores desvarios se me ocorrem. As maiores loucuras me apetece levar a cabo: desaparecer do mapa é sempre o denominador comum! Quero ter apenas uma esfera de bons sentimentos recíprocos e verdadeiros que me sustentem a essência e afaguem aquilo que não quero ser. Ter um amigo, um irmão, um parceiro para tudo o que necessitar e ter como adquirido o facto de que para ele estou num patamar estrito de igualdade. Mas não me parece que o Mundo me vá oferecer tal coisa... Assim basta-me ir olhando o Céu, ambicionando lá morar o mais breve possível. Ao menos lá, como já disse, a paz acercar-se-à, indubitavelmente de mim. Apenas eu: Hugo! Posted by Hello

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