(As)Sentimento
É gélido o ar que toco. Nefastas as arestas daqueles contornos de alma com que toco no acordar de hoje, perdido em montanhas de ansiedade, de uma Vida quando julguei que era a minha.
Seco-me nas entranhas do que penso e, vejo-me, percorrendo os trilhos de fronteiras alcançadas, com sentidos que se esvaíram, como se estivessem num bolso de umas calças quaisquer.
Habito-me, estando perdido de mim mesmo, e mesmo assim sofro-me por Me saber. Gostava de colocar esta ansiedade lacónica, no balde do lixo, e mostrar a mim mesmo, que posso parar esta bomba relógio de sofrimentos mil que me acorda todas as noites.
Seco-me nas entranhas do que penso e, vejo-me, percorrendo os trilhos de fronteiras alcançadas, com sentidos que se esvaíram, como se estivessem num bolso de umas calças quaisquer.
Habito-me, estando perdido de mim mesmo, e mesmo assim sofro-me por Me saber. Gostava de colocar esta ansiedade lacónica, no balde do lixo, e mostrar a mim mesmo, que posso parar esta bomba relógio de sofrimentos mil que me acorda todas as noites.
Vejo-me ir, ao calor de um pêndulo que não perde o prumo, para um mar, em cuja bussola perdi faz tempo. Vejo os dias dizerem adeus ao final da tarde, com a secura dos lábios entranhada em mim, e naquele gesto de quem desiste, vejo-me a deixar cair os braços, como se o Mundo me tivesse desabado.
Acerco-me das janelas para ver o frenesim da cidade. Ver os embulos perdidos daqueles que habitam os espaços que vagueio e, tentar, pelo menos num segundo, ser feliz como eles.
Cada vez que me sento é como se o Mundo tivesse parado de rodar. Vejo tudo o que toquei, toco em tudo o que quis, e mesmo assim tenho aquela sensação vazia de estar não estando, de sentir não sentindo, ou simplesmente ser apenas mais um puzzle cuja peça final, afinal, anda por aí nas ruas perdidas nas mãos de um coleccionador de sonhos.
Na Verdade da Mentira vou encontrando o meu descanso. Perdendo-me nos toques da almofada, e enganando aquilo que sinto, como simples mentiras somáticas, para que o SER não me fira. Vou-me elogiando no silêncio, mentindo-me no silêncio, sentindo-me no silêncio... morrendo-Me no silêncio.
Dou passos, caminho na Noite da minha Vida, perdido de sentido. Sinto-me como um animal rotineiro, cujos passos a seguir se sabem, mas cuja racionalidade ou sentido perdi faz tempo.
Chorar, gesto tão trivial para quem sente a Dor de um algo, tornou-se para mim algo vazio. Perdi-lhe o sentido, perdi-lhe a noção e hoje como que um bloco de um não sei quê, sou-me, movido sei lá por quê, querendo sei lá o quê, tremendo e acordando sei lá porquê.
O Amanhã virá depois do Hoje, mas virei Eu depois de Mim? Ou será, novamente, o que Foi hoje que Será amanhã?
Vou fechar a janela da Alma e dormir-Me na Cama do Meu Não sentido.
Apenas eu, Hugo!
1 Comments:
Já pensaste que poderás ser a peça que encaixa no puzzle de muita gente?
Post a Comment
<< Home