Thursday, March 24, 2005


Vivo, estupidamente, preso num tempo e num habitat, que claramente não é o meu. O que é a paz? O que é o sossego? o que é a realização pessoal? O que é podermos acordar todos os dias com mais e mais vontade de estar vivo? O que é querer ser maior, para intra-paredes podermos ser recompensados? pois é... Parece que tudo o que faço, tudo o que penso e tudo o que materializo, não passa de um mero mar de sargaço e lodo. Se calhar nasci completamente errático, numa família que não devia ser a minha, num corpo ou alma que definitivamente não deveria ser o meu, e pergunto pura e simplesmente: Porquê? Porquê meu Deus, diz-me se me ouves, porquê. Acredito piamente queno Mundo que conhecemos hajam pessoas lutadoras, vorazes, ávidas de sucesso, e famintas de felicidade como eu, mas tenho a certeza, que muitas delas não sofrem o drama por que day-by-day vou passsando. E mais uma vez paro e pergunto: Meu Deus, porquê? Que fiz eu para merecer ser mal tratado, mal ajuízado, sofrer por actos que não fui que os fiz, colher as tempestades de ventos que outros semearam? Tenho alturas, em que o drama suplanta a razão, e dou por mim numa angústia tremenda, vendo caras a dizerem-me que não, dizendo que não passo de um idiota, dum fútil, dum inútil e mesquinh que só quer o seu bem próprio. Mas eu pergunto: quem mais que eu lutou para ter hoje debaixo do tecto aquilo que tenho? Li uma vez num dos muitos livros que já li, que a presunção pode ser macabra, quando nos impele para ver apenas o ângulo que nos favorece. Talvez aquilo a que a maior parte da gente chama família esteja apenas preocupada com o benefício próprio, o seu bempróprio, não olhando a meios para atingir os fins, apenas precisanado aqui do "acessório" quando as coisas apertam e não há fim à vista para os problemas. E então é nesta altura, mais uma vez, que chego à conclusão que estou no local errado. Porquê, meu Deus, porquê? Ir embora de mim, cheguei muitas vezes a pensar antes de te conhecer. Seria a atitude mais cobarde mas ao mesmo tempo libertadora que poderia ter. Mas com alguém como tu na minha vida, só me resta ser forte, lutar e encarar o amanhã com, ao menos um esboçado sorriso na face, porque sei que vais lutar o mais que podes por mim, e talvez seja essa certeza, que alimenta o sentimento que nutro por ti, e talvez seja essa a razão que me faz amar-te desta maneira estrondosa e única como te amo. Apenas eu, Hugo! Posted by Hello

Wednesday, March 23, 2005


Gostava de entender as linhas do Destino. Perceber na mais ténue e disfarçada metáfora o seu mais longínquo sentido. Perceber a razão do ser e do estar, a razão do querer e do ter, do buscar e do alcançar. Gostava de ter na minha mão, o condor mágico de poder moldar o mundo à minha imagem. De ter nas coisas banais, o apogeu do meu dia e a verdade interínseca das coisas. Gostava de entender a pureza única, a verdade extrema e a beleza latente. Acordo todos os dias, com esta imagem que hoje te mostro na cabeça. Tu saberás porquê. Gostava de ter uma vida pautada da mesma forma que os caminhos de ferro estão e foram idealizados: sempre paralelos, nunca se tocando, estando a todo o momento em sintonia e harmonia cósmca! Talvez a minha vida, e a de quem a vive e sente como eu a sinto, pudesse final encontrar a felicidade no mais banal e óbvio e não sofresse por estar sofrendo a mais triste das verdades. Fernando Pessoa referiu-se ao coração como um comboio de corda, que acalentava a razão. Pois é... Que seria de nós se o coração não fosse capaz de, em parte, solucionar os problemas da mente? Que seria dos grandes Homens da História se não tivessem tido quem os amasse e estimasse mais do que as relíquias do Mundo Conhecido? Com base nisto, penso e divago e não chego a conclusão nenhuma. Penso, por vezes, que pensar é uma perda de tempo. Um escorrer de ponteiros de relógio que nos leva a perceber pouco e a sofrer demasiado. Debruçar-mo-nos e encarar o Desafio e Metáfora da Vida leva-nos a perceber que fugaz é aquele que vive sem pensar em nada. Por isso, vou vivendo, sobrevivendo, acalentando, querendo, lutando, aprendendo e acima de tudo pensando e desejando. Desejando voltar a esse lugar onde a Vida para mim nasceu. A esse lugar onde tudo começou. A esse lugar onde os meus olhos silenciosos gritaram por ti num Adeus de mil anos, numa dor profunda, de quem separa o inseparável. Numa dor profunda de quem molesta o imolestável, de quem nega o inegável. Aí foi onde nos separamos, mas será aí, neste sítio, com estes mesmos intervenientes da foto, que voltaremos a ter as nossas horas umbilicalmente traçadas. Por tudo isto, o meu coração será teu. Apenas eu, Hugo! Posted by Hello

Tuesday, March 22, 2005


A triste melodia dos trilhos que piso, não alcançam a grandeza dos feitos que para mim idealizara. A melancolia perante a indiferença, o rancor no meio do ódio, o tédio misturado com a desilusão, levam-me a olhar o futuro com os olhos cheios de água e uma alma reticente e com medo de dar um passo em frente. Trilho o meu futuro com passos de menino carente, cauteloso, com receio que o mais diabroso dos demónios se me apareça defronte. Vagueio no sonho, roço o Infinito e aí onde a Alma deixou de ter nome, tento alcançar o outro lado da Vida. Onde o receio perde o nome e a Vontade é a virtude, cruzo vidas, pensamentos e metáforas de quem vive o momento que passa. Não mais me vejo como o simples terráqueo que espera que as coisas aconteçam. A acomodação é o ponto final da evolução humana. Divago sobre o amanhã de uma maneira doentia e, apesar de tudo, nem no sonho a minha alma consegue a paz que tanto busca. É como se a minha Ponte para o Além estivesse quebrada, e eu estivesse inexoravelmente aprisionado num momento que teria de voltar a viver incessantemente. Assim como na Economia, há quem diga que na vida tudo é uma questão de ciclos intertemporais, em que temos menos hoje para ter mais amanhã. Mas é isto justo? Será que o sentimento, quando sofrível, é justo? Serão as lágrimas que me caiem do rosto uma manifestação latente deste horizonte temporal? Queria e quero ser tão feliz. Ter o sorriso de mil anos, abraçar-te ao acordar, ter-te em mim, na minha pele, na atitude mais sensata e verdadeira que alguma vez terás oportunidade de vivenciar. Porquê esta treva, sempre que as palpebras se fecham com uma força tremenda sobre os meus olhos azuis? Terá Caronte impedido desde já o meu embarque para o Paraíso? Se impediu, vem-me salvar e ajudar-me a passar para o outro lado, porque a minha vida sem ti é como esta ponte: tremendamente incompleta e sem sentido para a sua existência. Apenas eu, Hugo! Posted by Hello

Monday, March 21, 2005


Seria fácil a vida se não existissem atritos. Se não houvesse uma brisa pela manhã a por-nos o nariz vermelho, se apenas houvesse a alegria e não houvesse a dor, o existir apenas o branco e não o negro das coisas. Hoje é um daqueles dias, em que sento numa cadeira e as palpebras pesam demasiado não me deixando mais abrir os olhos. Sem razão aparente relembro as coisas lindas que disseste, os textos que escreveste, o toque das tuas mãos, o cheiro e o calor do teu corpo, e sem que nada o determine divago e chego a roçar o infinito da estupidez, imaginando-te a viver "a idade das tuas horas", longe de um corpo, de uma mente e de um coração que sabes que será sempre teu. O Destino tem destas coisas. Acasos que nos levam mais longe do que o Universo conhecido, mais perto do que um sopro de uma brise que se esvai no azul do céu, mais ténue e fugaz o bater do coração. Tive a sorte de estar no local exacto à hora exacta. Que teria acontecido se não estivesse aí nesse mesmo dia, nessa mesma hora, nesse mesmo momento em que a nossa vida se cruzou? As tuas horas certamente seriam passadas nos braços de um outro alguém. Porventura, mais capaz, mais confiante, mais bonito que eu. Provavelmente, serias mais feliz do que és agora: terias alguém perto de ti a quem amar, alguém de beleza superior perto de ti, e não este "mais ou menos" que tens e te ama mais que tudo. Li os teus dois últimos textos. Sentimentos contrastantes me deram claramente: o primeiro levou-me a um estádio de ansiedade pela qual já não passava faz tempo, visto saber interpretar cabalmente agora todas as palavras que nele vêm; o segundo, enchou-me o ego e trouxe-me de volta à realidade. O que é um facto, é que não é fácil de pensar que pude algum dia viver sem ti. Fácil de te imaginar com outro. Fácil de te imaginar vivendo uma vida dissimulada e umbilicalmente cortada de mim. Dói muito, pôr tal hipótese como materializável. Não consigo esconder os ciumes do teu passado, os ciumes do teu presente e o medo do nosso futuro. Ainda que sabendo que os alicerces do nosso presente, em nada são falaciosos, e que a nossa vontade se confunde numa só, o fantasma do esquecimento e do medo de te perder vivem enclausurados na prisão da minha alma, chamando-te a cada momento para me vires resgatar. Como um comboio de corda, o meu coração vai batendo chamando e chamando e chamando por ti, para vires reclamar o que já é teu por direito próprio. E a alma treme mais uma vez... A uma brisa obscura paira sob a minha mente corrompendo-a, molestando-a, triturando-a, fazendo dela o substracto para os seus intentos maquiavélicos, sugando-me a felicidade e injectando em mim uma angústia de mil anos. Será que vês o Sol que vejo quando ele nasce? Terá ele o mesmo significado que tem para mim? Será o nosso amanhã igual aos nossos amanhãs diferenciados? Não sei, porquê, não compreendo, esta angústia, este medo do teu passado, este medo do teu presente, este medo de te perder. Tudo à minha volta, todas as tuas fotos, tudo, me coloca longe do habitáculo da minha alma, até aí onde estás pintando o teu caminho a letras douradas, buscando conseguir a perfeição plena. Porquê, então? Serei neurótico? Maníaco-depressivo? Alguém à procura de alguém em quem descarregar a sua necessidade de atenção? Posso ser qualquer coisa, mas não me parece que alguém que fosse qualquer destas coisas, via auto-análise, conseguisse saber que o era. Sou fraco, sim, isso sou. Débil, com uma tendência quase doentia para que a vida me volte as costas. O arcanjo da Vida disse-me claramente "Não", quando lhe pedi a Felicidade e o Sossego para a minha alma. Assim, e sem escolha para uma alma já de si, fraquíssima, vivo num turbilhão de emoções, que vai desde o riso exacerbado até à angústia existencial. Por isso, meu amor, vem dar-me o elixir que preciso, o néctar que levará para horizontes mais plenos e tira-me desta vida, que definitivamente não é minha. Leva-me para longe, muito longe, onde a visão dos homens não nos alcance e talvez aí consigamos implementar a mais grandiosa das vontades que trazemos nos nossos peitos. Vem deitar-te em mim, calar o meu sofrimento ou então tira-me a vida para que com ela o sofrimento acabe. Apenas eu, Hugo! Posted by Hello

Sunday, March 20, 2005


ááO sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim —
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
E o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.
O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.
Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.
Meu Deus, tanto sono! ...
 Posted by Hello

Lá fora a chuva vai caindo. Vai jorrando lágrimas, a alma que quer ter e não tem, a alma que necessita e sofre por na mais fria noite, quem mais deseja. A lua vai longe da visão, o Sol não apareceu como que insinuando que é bonito de mais para o poder ver. Tu, também tu, estás longe. A minha alma ausente busca nestes pequenos momentos de solidão, a paz que a vida não lhe vai dando, deixando que o céu faça o que os meus olhos não conseguem , por tanto já o terem feito: chorar a tua ausência! Nunca a palavra saudade, teve tanto significado como aplicados a nós os dois. A ausência física, minorada com a presença que cada um de nós tem do outro nos nossos corações, dói e é inequívoca. A chuva que cái, a sombra que pousa, o vento que ouvimos, tudo isso lembra à minha alma nua que a peça de puzzle está algures por aí. Queria poder ser omnipresente. talvez no escuro, tocar-te na face e dizer-te o que sinto por ti, sentir o tactear dos teus dedos percorrendo todo o meu corpo. Talvez aí, a minha resiração ofegante te mostrasse o que realmente significas para mim. A simbiose em que vivo leva-me a um patamar mais alto na minha existência. Leva-me a aspirar a ser melhor, escrever melhor, ser maior, mais perfeito, mais rigorosamente detalhado, tudo para a teus olhos ser o maior dos homens. Sei que de virtudes não estou mal servido, mas talvez seja nos defeitos que posso vincar a minha posição. Por isso, peço-te desculpa por tudo o que faço e às vezes digo, mas não nem nunca foi propositado. Quero amar-te até ao meu ultimo suspiro, sentir o bater do teu coração por mim, ir mais além contigo fitando o Infinito, vencer as mais duras batalhas tendo-te a ti como aliado, por isso reafirmo para quem quiser ler, sentir, ou ouvir: amo-te! Fica comigo. Nunca me deixes. Apenas eu, Hugo! Posted by Hello

Friday, March 18, 2005


A vida é feita de pequenos nadas. Momentos ímpares, à procura de um outro momento ímpar, que se materialize num momento par e eterno. Pura matemática estas palavras minhas. Será a vida dos homens guiadas por puras leis matemáticas e determinísticas? Onde estava Einstein que não me preveniu que te ia ter nos braços? Onde estava Freud que não me disse que a maior psicose da minha vida era não te ter por perto? Todos eles falharam nas suas mais brilhantes teorias. O mais puro e inteligente homem falhou ao não prever o homem perfeito. Todos eles se enganaram. A alma pura, genuína, autêntica, "beautifulmente única" (face o anglicanismo neológico) afinal existe e tem-te a ti como expoente máximo. Como um raio de sol que fura as copas das mais altas copas do planeta, todos os dias irradias a minha alma de uma prureza e de um brilho que julgava muito provável alguém algum dia vir a irradiar. Gostava de habitar para sempre nesse teu peito. Aí, onde a razão perde o nome, e o sentimento ganha forma. Aí onde brota o amor que tenho por ti e o sentimento estrondoso e único que nos une para além da Eternidade. Aí onde o Infinito é uma quimera e a tristeza deixa de ser relevante, quero habitar para sempre. Talvez aí contigo do lado cheguemos à mais fantástica e mais completa das definições que alguém um dia foi capaz de dar de uma palavra tão simples, e tão estupidamente usada, denominada FELICIDADE. Aí, sim, de mãos dadas cantaremos ao Mundo que ela existe e que juntos alcançamos a sua mais eloquente e verdadeira essência. Do fundo do mar, emergirá o Sol que irradiará os nossos corações e aí, finalmente unidos por algo que ninguém há-de conseguir quebrar, celebraremos o que nos une com o mais fantástico dos beijos. Por tudo o que és, por tudo o que já fomos e por tudo o que havemos de alcançar, amo-te hoje, agora e sempre. Fica comigo! Posted by Hello

Wednesday, March 16, 2005


Calaram-se as almas. Parou o tempo. Abriu-se o céu. Do mais alto planalto que a visão alcança, a luz da tua alma irradia o meu ser. A luz ténue e fusca de um outrora sombrio foi-se pelo vão da escada como um gato assustado. Fantasmas de um passado recente exorcizados como que metamorficamente alterados. Tudo em tão pouco, tanto em tão infímo promenor. Sairam as aves do cativeiro, as moedas da algibeira e os dedos fracos, outrora débeis, começam hoje a conseguir tactear aquilo que a visão não vê. Será o tempo uma questão da mente? Será a felicidade uma utopia? Estarei eu num sonho que a qualquer momento pode acabar? Será que o hoje não é mais que um antecipar de um amanhã? Fecho os olhos e medito. Penso e escrevo. Vivo, parado, estático, pensativo, eloquente e astuto com a mente num objectivo, numa meta, num estádio de vida: tu. Perguntem aos sábios gregos se o amor não existe. Perguntem a Cleópatra se não amou Julio César. Perguntem a Romeu se Julieta não era a sua mais que tudo. E tu? Tu, apenas tu, tens em ti mais luz que um cometa, mais aura que o mais forte dos espíritos, mais vontade que o mais tenaz dos terrestres. O fogo da paixão eterna arde inexoravelmente no fogo das nossas vidas, paulatinamente traçando um rumo de dois caminhos eternamente encruzilhados, como um novelo que um gato vadio brinque na rua. Somos osso do mesmo esqueleto, carne da mesma carne, vontade e Destino do mesmo Destino e simbioticamente conotados com uma vertente que ambos julgavamos não ser possivel alcançar. Estamos na e para a vida como dois apaixonados loucos que lutam por um amanhâ radiante. Um amanhã que rasgue as folhas de papel de um presente nem sempre radiante, um amanhã que escreva a letras douradas na tua alma, a frase que mais orgulho tenho em dizer: amo-te! Nunca a palavra saudade teve tanto em si própria como desde a hora que o meu corpo parou de deslizar do teu e ancorou no vazio da tua ausência física. Porém, no meu coração e na minha mente não há segundo desta Era e da Outra, em que o teu nome não ecoe bem alto, pois nele está escrito o nome da felicidade. Por tudo isto e muito mais, vem juntar-te a mim na vertigem da existência e traçar, sem receios, quimeras ou oscilações a mais fantástica história de amor que algum dia a Humanidade conheceu. Por isso, te digo: Amo-te! Posted by Hello