Tuesday, August 29, 2006

Como dizer adeus?

Como dizer adeus ao toque que nunca se teve? Como abraçar na noite fria de um Verão os braços que não nos tocaram? Como dizer adeus a nós próprios, enquanto a mente fica?
Sopra um vento de Sul. Os mesmos que fizeram deslizar os teus cabelos pretos ao vento, o mesmo vento que nos fica nos dedos e nos gela os lábios áridos de um beijo que não se deu.
Percebo-me nos estilhaços de um vidro fusco, um rio que teima em passar junto a ti, arrastando a ternura nos gestos e o carinho nos olhos com que me beijas na doce ternura do teu olhar, o teu tão teu, olhar.
Trazes, caída do céu de Agosto, o olhar que me toca cá dentro a cada gesto, a cada toque que a pele sente na ternura que os teus dedos trazem e fazes-me regressar antes de partir, na certeza do estar sempre do lado, no sorrir quando o caso é para desesperar e no procurar vencer aquilo que a mente não mata nunca.
Tens, em Ti, a capacidade de me sorrir quando choro por dentro. Tens, em Ti, a capacidade de abraçar o Mundo naquilo que És e fazer-me sentir confiante nos passos que dou, ainda que aquilo que te digo, seja mais para mim por vezes do que propriamente para Ti. Tens, em Ti, o Futuro nas mãos. As linhas que regem as égides e feitos que podes ter, na promessa do regresso para o beijo perdido de uma despedida por lágrimas, o beijo que não tiveste, o beijo que não deste, o beijo que se perdeu na ternura suave do olhar que me lançaste.
Como dizer adeus? Como não sentir falta dos pedaços de Ser que és, quando abraças a Noite? Como não te dizer adeus com a lágrima no olho, chorando por dentro, achando-Te imensamente grande?
Pela partilha, pelo Ser, pelo Dizer, pelo o que És, por Tudo o que podes Ser sempre, o meu grande, grande Beijo. Aquele que se vai perdendo no olhar... mas que o amanhã te trará... se o receberes.
Apenas eu, Hugo!

Saturday, August 26, 2006

Ofusquei-Me

Ofusquei-me quando abri os olhos. Dei por mim a abafar-me, no início de um novo dia, com a dor estampada no toque, a tristeza espelhada no olhar e ausência ferida no rosto. A ausência de mim e do que sou, por entre os gritos e barulhos mesquinhos de uma urbe que acorda e me fere os ouvidos.
Sinto-me ausente. Ausente, como uma qualquer coisa que foi embora dela mesmo. A ausência que não é capaz de se procurar para se anular, mas antes se alimenta, me devora, me vai condenando a cada tique-taque de um relógio de parede. São as vozes da noite que ouço, os sonhos do que não quero, as lágrimas que me invadem na simplicidade dos dias sem sentido e escorro-me, como uma água que não tem fonte, ou simples errante num caminho errado num tempo claramente errado.
Saio de mim para me encontrar mas não me regresso, e todos os toques e risos que tive hoje são léxicos que uso, sem saber a que sabem, o que são, o que querem dizer afinal. Perco-me na minha mente, tão atolada de sentimentos mil, sem fim nem prumo, sem rumo nem rota, como uma garrafa à deriva num mar de solidão e tristeza, em que infelizmente me vejo ir ao fundo a cada segundo, a cada toque, a cada momento em que me dou apenas e só a mim.
Ouço-me rir, e choro-me rindo. Tenho pena de ser assim. Vivenciar e sentir o que não quero, ver o que não quer, ter a vida da "barriga apertada" e do "semblante carrgeado", que vou ostentando a cada segundinho banal da vidinha costumeira. Gostava de me ver, mas ofusquei-me. Ofusquei-me naquele segundo em que deixei de Me ser, em que deixei de ver, que aquilo que sou, é apenas um amontoar de feridas e pisaduras que o tempo não apaga, um amontoar de receios que o tempo não muda, um amontoar de lágrimas que ninguém seca.
São os ventos das tardes, que me gelam as lágrimas, que me fazem sentir mais ferido que um soldado de guerra. São os ventos, a quem chamo, para que me levem daqui, me afastem de tudo o que sou, para que talvez assim, dessa forma, possa vir a Ser. Não sei que mal é este que me habita as mentes e me corre nas veias. Não percebo, que antídoto se possa tomar para que a tristeza parta a chave na porta e não entre mais. Não consigo, deixar de deixar escorrer as palavras que agora eternizo, pois elas habitam-me, corroem-me, como um vírus vivenciando a vitória sobre o seu hospedeiro.
Toda a História não releva os fracos, mas os fracos relevam sempre as suas feridas e fraquezas. E, hoje, o fraco, aqui diante de um monitor sem rosto, abre-se como um livro em branco, às palavras que lhe batem como martelos, em cima das feridas de vida sonhada, que jamais será alcançada. A vida dos risos, a vida dos sentimentos plenos, a vida dos inalar dos cheiros da manhã, a vida das coisas boas. A vida que não existe.
A diferença estará, sempre, no relevar das coisas, no pensar das coisas, no interagir com o não ter. Mas baixei as guardas. Baixei as defesas e perdi-as. Vejo-me habitado num casulo nefasto de dor e desilusão, que me arde a cada olhar, que me espeta lanças nas mãos para que não seja capaz de tocar, que me enevenena a cada copo de água que bebo. Estou fraco, bem sei, perdido na lucidez lúcida da tristeza ausente, mas sobriamente louco.
Parti os espelhos para que não me encontrasse perdido nos meus olhares e ainda assim encontrei-me quando fechei os olhos. Encontro-me, naquele pedaço de luz que nos ilumina a mente, mas não nos guia. Antes nos relembra, nos aponta o dedo, nos toca naqueles pedaços de carne que nos dói.
Mas hoje, a carne foi-se e dói-me a alma.
Dói-me o Ser.
Dói-me o Viver.
Apenas eu, Hugo, ofuscado!

Friday, August 25, 2006

Campos

"No ar frio da noite calma
Boia à vontade a minha alma ,
Quase sem querer viver
Sente os momentos correr ,
Como uma folha no rio ,
Sente contra si o frio
Das horas fluidas levando
Seu inerte corpo brando"

Álvaro de Campos

Sempre tão violentamente parecido!
Apenas eu, Hugo!

Sunday, August 20, 2006

Um esboço que nunca terminei...


"E o verbo fez-se carne… por entre toques de dedos cheios de Noite, habitamo-nos ali onde o Silêncio parecia Opaco. Relembro-te nas nuances, nos pormenores furiosos daquilo que fomos naquele quarto de Hotel, em Lisboa, do qual perdi a chave e a memória das cores. Fomo-nos ali mais completos que uma qualquer obra – prima de qualquer grande mestre, e conseguimos perceber o porquês de tantas coisas que a Vida nos disse.
Trazias o teu casaco azul, que haverias de trazer vestido em todos os nossos gestos de Adeus, com a camisa que te tinha mandado para o Porto depois a ter comprado em Campo de Ourique. Vestias uma calça de ganga banal. És apologista de que as coisas têm a sua utilidade não pelo preço mas pela satisfação que proporcionam. Será então por isso que o amor verdadeiro não tem preço?
Perdemo-nos no olhar um do outro mal nos tocamos. Percebemos ali, no cair da Aurora, que tudo havia parado no Mundo para habitarmos ali, tu e eu, o substracto daquilo a que chamamos corpo. Fomos ali a mais grandiosa das aparições que julguei ver ou sentir e ainda hoje tenho os traços dos teus dedos escrito no meu peito.
Querida, tão minha e querida, Amélia. Onde páras quando te não vejo, quando me inunda a vontade de te tocar e beijar-te até a respiração ficar sôfrega de um desejo que se matou? Onde param os teus olhos que anseio por tocar na doce brisa do toque que a minha alma emana chamando por ti? Onde para o Focus que me levou para a mais grandiosa das sensações de Vida? Estarás lá? Pensar-me-ás?
Digo-te aqui que não morreste em mim. Aliás, nasceste-me quando me tocaste e me tatuaste os sentidos a cada pequeno toque, a cada pequeno beijo, a cada pequeno pormenor de um momento que sei que fizeste por tornar inesquecível. Agora, sinto-te aqui neste pulsar de sentimentos, neste ânsia desenfreada por habitar os lábios de mel que me habitaram o corpo. Habitaste-me, tatuaste-me, mudaste-me… amaste-me muito. "

Um esboço de um livro que gostava de ter escrito, mas que resolvi parar...
Tudo original, tudo meu...
Apenas eu, Hugo!
(Tudo o que ali se diz, nunca se passou, a não ser na mente de quem passou da mente para o papel)

Gelo de Verão

Põe-se o Sol a poente do sítio onde estou. Sopra a brisa de um Vento que me acena, num fim de tarde de Verão pintado a cores de cinza, num adeus breve a um astro que flameja.
Dou por mim debruçando-me sobre mim mesmo, naquele mesmo abismo onde caí, no Ocaso de um dia, aquele em que as cores se perderam e os calores se tornaram mais gélidos que um toque do Árctico.
Tocam os sinos a Ocidente, talvez o Ocidente claro da minha vida, aquela em que as virtudes e façanhas ocupam as memórias do que foi e não meramente os trilhos do que é hoje a minha singela história, escrita em papiros que as minhas lágrimas dissolvem no toque. Tentei, perceber-Me no Sol do Adeus, mas até aí me vi confrontado com as mil e umas tristezas tatuadas que trago todos os dias, no meu doce silêncio das coisas e na minha, tão minha, disfémica dor, que teima em ficar cravada nos dedos e no olhar.
Percebi-me nas cores do meu céu, perdido por metas, perdido por Mim, perdido de tantos e tantos pormenores que não me habitam, perdido de nexo e causalidade e até perdido no sentir. Aqueles pequenos pormenores que nos definem estão gélidos como gelos de um Verão, em que digo adeus ao Porto e adeus à vida do Passado, não receando a mudança antes pensando-a e esperando-a. Na volta do vento que me toca, as lágrimas gelam como estalactites numa qualquer gruta e encontro-me, ali, perdido e só, olhando o mar engolir o Sol como a vida me vai engolindo nos dias.
Os candeeiros das ruas que passo piscam incandescentes como que dotados de uma intermitência inexplicável. Aquela mesma intermitência que não explico, mas que me explica os gestos, os sentires e quem sabe o porquê de umas mucosas tão arduamente trabalhadoras em momento que haviam sido pensados para a glória da conquista. O que fazemos quando nos olhamos no espelho e vemos apenas a réstea mais ingreme daquilo que nos sonhamos? O que devemos pensar? A Verdade daquilo que é ou simplificar o pensar idealizando mil eufemismos para tornar mais fácil o sentir? Sábia mente é aquela que sabe moderar aquilo que a habita, limitando com isso o sentir, mas hoje sinto-me mais ignóbil e imbecil do que qualquer outro ser não pensante que nos aflorar na mente.
Parti os jarros de Mim. Deitei-os fora. Aqueles pedaços que temos em nós e conseguimos reconhecer neles aquela pontinha de especialidade que nos habita. Partiu-se! Foi-se!
Hoje sou-me como uma bomba relógio... Prestes a explodir, na inexorabilidade fatal de um dia que chega ao fim, como um soldado que se esconde debaixo de uma ponte prestes a explodir ou aqueles homens numa gruta sem saída. Haverá saída quando não percebemos a entrada? Haverão caminhos a percorrer, quando não temos meios para? Haverá lógica quando a perdemos demasiado em panos e tecidos que não são mais os nossos?
Demasiada estrela, demasiada luz, demasiada chama...
... em tamanho sofrimento e dor que me devora, todos os dias, ao acordar, ao ser, e ao dormir.
Apenas eu, Hugo!

Tuesday, August 15, 2006

Estilhaços


Onde cada estrada espelha um caminho, e cada reflexo me toca no ventre, talvez aí seja o local onde os estilhaços de mim abundem.
Explodi-me num fim de tarde banal. Aquele final de tarde, onde a decadência tomou conta daquilo que sou hoje, vagueando agora por horas que não são as minhas. Perdi os tactos, os olhares, as sinas e as virtudes de um futuro brilhante em frases e sons cravados na minha alma como uma qualquer espada mais cortante que o mais cortante dos artefactos. Sublime a tristeza que me habita na falta do toque da esperança do alcance, que ainda por momentos vou sentindo em sonhos e miragens de uma vida que não será a minha.
O embulo caiu ao Rio. Não mais o barqueiro me levará e vou ser aquela alma penada durante a vida toda, chamando à vida o meu Purgatório. O Purgatório de todos os actos e gestos magnânimos que tive na presença de um Ser, esse mesmo, que hoje me habita os sonhos e me faz sofrer na infima realidade de um sonho que não desejo, criando suores frios na testa e dores vincadas na barriga.
O Rio vem cheio de lágrimas que derramei num acto cobarde de quem a dor não aguenta, naqueles pedaços de ira, que os estilhaços do meu rebentamento interior deixaram espalhados pelo chão. Perdi o meu Norte e o meu Sul e nenhum ponto cardeal me norteia agora. Como que perdido num labirinto sem fim, sou talvez aquele que deseja perder-se e perdendo-se, ser capaz de se encontrar.
Os fumos que jorram das fábricas congelaram ao ver a ânsia de um ser condensado no derramar de uma lágrima, que se me escorreu ao passar, no crepitar suave de uma dor que não cansa de dizer presente, enquanto as batidas do meu coração me gostavam de levar para longe. Cada pedaço meu que perdi quando outrora Fui, é um hoje o Oásis do alcance infinito das pequenas coisas que tenho. E até os pedaços que me definem vou perdendo todos os dias mais um pouco, gelando mais um pouco, chorando mais um pouco, quando as ínfimas coisas do que fui, se vão diluindo nos toques que jamais voltarei a ter de alguém.
Vou começar a comprar os cães e os gatos da minha companhia. Aqueles que serão os mais secretos guardiões do meu templo e me habitarão nos secretos silêncios da minha casa. Não vejo quem me possa habitar, quem me possa completar, na complexa vivência dos meus dias, agora que tudo o que o Céu suportava desabou na simples banalidade da frase ou do sentimento mal explicado.
Sinto-me a complexificar tudo, a tornar tudo mais dificil aos meus olhos, quando os conselhos sábios de quem assim se acha, me aponta o caminho do não pensar nisto. Estou mais complexo que uma bomba atómica, com mais ligações cortadas que uma qualquer lâmpada fundida, e mais ausente de mim mesmo que sei lá. Dilacerando e dissolvendo aquilo que gostava de sentir, vou perdendo nos dedos o sentimento de pertença a um Mundo que me vira as costas no Poente e afundando-me no triste abismo da Dor.
Prefiro pensar que o Sol me toca em vez de me queimar. Prefiro pensar a Lua é luminosa em vez de apenas receber luz. Prefiro pensar que alguém me gostará pela grandeza do que posso ser ao invés de aceitar a evidência vazia de um futuro sozinho, que me vai abrindo as veias a cada segundo toque de um relógio de cuco a um qualquer meio dia.
Hoje, vou enganar tudo e sentir-me completo nos meus estilhaços perdidos...
Como se os tivesse alguma vez encontrado!
Apenas eu, completamente a desistir, Hugo!

Sunday, August 13, 2006

Regresso

Fui embora de mim. Tirei o bilhete de ida para uma qualquer estação a que ainda hoje não cheguei. Pergunto, no emaranhar dos meus botões se sei, de facto, que destino é esse que abracei e ainda não alcancei. Vejo nas estradas o Sol que queima os dedos e no olhar o mais vazio vagabundo que me entorna a tristeza na pele.
Parei no sítio onde a Vontade que me levou e deixou sozinho. Talvez, aqueles restícios de adrenalina que nos toma conta da pele e do desejo quando julgamos sucumbir, se confunda com o restício macabro daquilo que às vezes chamo de Eu. Sinceramente, hoje estou aqui como se tivesse desertado de uma qualquer guerra, onde todos se safam e só eu regresso a casa ferido umbilicalmente condenado à mais atroz das dores.
Enclausuro-me em casulos de coisa nenhuma, para que a borboleta desponte, mas até o casulo hoje vem putrefacto de dor e desolação, essa que me está colada à esfinge e daqui não sairá jamais. Remeto-me a olhar a trivialidade do dia, onde as cores do arco-iris se misturam com o triste e macabro tom do cinzento da minha pele, por entre lágrima que despontam do verde dos meus olhos. O mesmo verde que outrora simbolizava a esperança, aqui e agora, simbolizam a minha dor, a dor de quem pensa demasiado no Pensar e se afunda como um barco construído para servir de ensaio.
Acordo todos os dias com as toneladas dos dias em cima da barriga, esmagando-me, moendo-me, triturando-me as estranhas desde o primeiro momento em que dia tomou a cor, seja ela qual for. E até aí, no primeiro dos instantes, as lágrimas me arrobatam a porta da alma e me violam constantemente a Alegria que queria ter. Entre sonhos e miragens de um regresso ao que não sou, dou-me a sentir as peças que faltam, num puzzle inacabado, por frases e olhares que não se esgotam no Tudo e não completam no Nada.
Brutal, a evidência de um Regresso ao que não sabemos. Trivial, a dor de sentir. Jucosa, a alegria daqueles que encaram a vida sem derramar as lágrimas, ou deixar ir ao sabor do vento, aquilo que o mesmo vento lhes traz. Sinto-me a aniquilar aquilo que tenho de bom, a congelar todos os pequenos fragmentos que dantes dizia ser um de um Hugo muito eu, e gelo-me todos os dias um pouco mais, com temperaturas altissimas lá fora, e eu aqui hibernando, congelando, chorando, matizando, assentindo-me (não me conseguindo sentir- neologismo meu) e sofrendo por não ser mais Eu e ser apenas o projecto que ficou no papel amachucado que coloquei no balde do lixo.
Regresso a Mim, como se não tivesse ido a parte alguma.
Provavelmente, não terei ido nem vou a parte nenhuma, enquanto não souber o que de facto sou, sinto. O que quero lê-se-me nos olhos tão claro como uma manhã qualquer de Agosto.
Apenas eu, Hugo!

Thursday, August 10, 2006

A lágrima que jorras sabe a Fel

Sempre que o olhar da Mentira toma conta daquilo que és, é o primeiro momento do dia em que tenho a certeza do Nada Ser. É o instante primeiro da conotação errada entre o teu olhar e o pensamento. Tudo aquilo que seríamos no Hoje, se o Ontem tivesse sido pensado e agido de outra maneira, hoje remete apenas para a idílica constatação de um futuro que não foste capaz de vencer, antes de me derrotar com os gestos das lágrimas que fingiste chorar, ou com as simples palavras com que me apunhalaste o ser. E, agora, vives esse teu caminho escolhido a dedo, por entre ruas que se fecham quando passas, para que a tua insensatez não te castigue nos olhos que te ferem, por entre a lágrima que sabe a fel. A mesma lágrima que me ecnhe a cara de um ácido que não consigo eliminar.
Qualquer coisa que digas, a mim soa-me como o Elogio da Mentira. Aquilo que dizes na circunstância para que o Ouvido consiga ouvir mais que a Mente, mas a falácia que te habita, não é capaz de me penetrar no ser, e de me deixar no Abismo, pois hoje qualquer palavra que de Ti provenha, mais não têm que um secreto Veneno que segregas a cada pedaço de Saliva que trazes na boca.
A tinta lascou das paredes... O que outrora assentava em pedras basilares que ninguém podia mexer, hoje não é mais do que uma tinta que secou, dos Dedos de um outro alguém. Hoje, somos apenas aquilo que nos restou e sinceramente, de ti, apenas a ausência me resta, pois tudo o resto não é mais que a monumental falácia que te assumiste.
Somos aquilo que escolhemos, os rumos que traçamos, os toques que damos, as atitudes e olhares que levamos a cabo. Até nisso, o meu caminho se afasta umbilicalmente do Teu, se calhar por nunca me teres Querido ou Precisado. Mas é nisso que somos diferentes. Na capacidade, no Ser, na Trivialidade, na Capacidade.
Vejo-me como a antítese da Lucidez lúcida, abarcada em pleonasmo. Sou aquilo que sou e não aquilo que quero muito ser, porque se fosse capaz carregaria hoje no meu botão e seria o mais completo dos seres, à sombra de uma qualquer palmeira, onde me sentisse mais ausente de mim, que mil peregrinos longe de um santuário importante, importante porque a vida é o nosso santuário.
Que farei amanhã se não me conseguir tornar nesse Eu que desejo? Fecharei as janelas para o vento das Mentiras não me toque na cara? Provavelmente, não responderei a esta questão jamais. Tomara que a capacidade de me sentir Bem com um alguém me habite no fel das tuas lágrimas, para que aí as possa calar, se é que elas ainda hoje jorram de uma mucosa que não Minha, na tristeza daquilo que és.
As paredes da argila daquilo que me alicerca, hoje tremem como feridas de Morte. Será o princípio da Minha Tristeza ou a aridez da minha Reconquista?
Vou-me esconder À sombra do que quero ser, sendo o que sou, fingindo não ver o que me fere.
Hoje fere-me a luz daquilo que vejo, ausente daquilo que quero, tendo no rosto um rosto que não é Meu.
Perdi-me no Meu Mapa... No Mapa da minha ausência....
Apenas eu, Hugo!

Tuesday, August 08, 2006

A Noite da Vida

Cada vez que te sinto, parece que nem me sinto. Talvez seja a mentira das palavras que brotas da boca ou a mera evidência do que vou vendo, dos comentários que fazes a outrém ou dos meros suspiros que dás no peito de alguém. Seja a Noite a mais triste parte do dia que me abraça. Seja o meu Dia a metáfora do restício de Vida que em mim deixaste.
Este computador onde me sento agora talvez seja a espada que me falta, para me ferir de Morte. Dou-me aqui no Início das coisas, vivendo a continuação de coisa nenhuma, vendo-te a espalhar palavras por ninguém, movido sabe-se lá porque interesses ou virtudes e ainda assim, sou aqui aquele que sabe sempre o fim da história quando a escreve.
Diz-me: sabes quem sou? Sabes o que faço? Sabes o que me apetece fazer quando leio no silêncio as pégadas dos trilhos que deixas? Não te vou dizer sequer. Vou deixar que esse fogo de me ter no silêncio, te fira os olhos e me enxergues e me percebas vendo-Te mais do que aquilo que imaginas. Sempre imaginei que poderias ser a Utopia tornada realidade. Ou então a constatação do engano tomado na pele...
Hoje sinto o calor a entrar-me nas veias e a ser pelas ruas que me passeiam, o Tal que segue no seu trilho perdido do Nada à procura das coisas que a Vida lhe teima em tirar. Se juntarmos ao que tive, aquilo que tenho, então temos aquilo que sempre irei ter: Nada. Aquilo que tenho perdi nos Dedos num Adeus dito por detrás da orelha, para que ninguém possa ler os lábios e até aí conseguiste ser aquilo que não queria que fosses. De nós os dois, a pessoa que mais perdeu foste tu, agora que sou apenas a Ideia do que fui, por entre os teus toques em Pessoas que julgas mais dignas ou que são capazes de te encher mais alma, se é que esse emaranhar de coisas que te julgas pode assim ser chamada.
Hoje a Noite da Vida nasceu pouco iliminada. Talvez o nascimento da Noite anteceda o chegar da Luz do Dia, que espero não me fira os verdes olhos com que tento olhar o Mundo, e ver por vezes a triste evidência dos rastos das pessoas, ora que estimo, ora que estimei outrora. Mas deixem-se as aliterações de lado, pois hoje grita-se por palavras para que elas possam saltar do ecrã e te esfregar na alma, a violência dos silêncios e gestos que tens, e daqueles que me olham de cima, só para afogar o ego.
Serei provavelmente a pessoa que nunca encontrou o trilho... Ou o trilho nunca foi capaz de me achar. Ainda assim sinto-Me a peça que Me falta, para ser mais Eu, ainda que a moléstia dos dedos, seja capaz de me penetrar mais fundo que mil punhais, como que vincando a sete ferros um dor que será minha até ao fim dos dias, porque gritar liberta e ao mesmo aprisiona-nos na rouquidão que nos deixa, e hoje fico mais rouco que mil tenores, por entre suores frios de desgraça sentida e dor vivida e eternamente pensada.
Prefiro calar os dedos para que não jorrem mais estes tormentos que me tocam e me levem a ser aquele que sou, sem coisíssima nenhuma, sem ambição nenhuma, sem nada esperar de ninguém, porque nenhuma pessoa se mostra ainda capaz de me mostrar o que quer que fosse, a não ser que todas enveredam pelo caminho da redenção e da desilusão aos meus olhos. Hoje, todos os blogs parecem acenar-me com a Luz do Adeus das palavras que nele comentas, que no teu deixas, ou simplesmente nas coisas que olhas, com o olhar que só a ti pertence.
Devolve-me a esfinge que tiraste e deixa-me habitar o que já fui. Sem ti, porque não te quererei jamais.
Se gritar é libertar, então hoje solto-me das tuas amarras, aquelas que de Mim nunca tiveste, nem nunca quiseste. Talvez o Nada querer remeta para o não saber ser.
Hoje, não me sou, porque não me quero.
E acabe-se o texto...
Apenas alguém, apenas um, apenas eu, Hugo!

Monday, August 07, 2006

Trilhos

Hoje, a tinta lascou da parede. Quando toco em Mim sinto-me como grãos de areia levitando em Nada, sem nexo, como se as coisas que me preenchem fossem Tudos sem Nadas, Vontades ou Nexos e sou-me por mais um Dia.
Cada vez que toco no que Fui, a ferida abre-se. Sou aquilo que nunca sonhei ser, e quero aquilo que nunca fui capaz de ter. Olho-me ao espelho e não encontro a miragem do que Era e acredito que o mapa da minha vida se dissolveu na vontade do que já foi.
Cada lapso de vida, acredito, pode dar-nos muito, quando somos capazes de nos levantar e retomar os trilhos que nos marcam a Alma e são capazes de nos guiar rumo ao Infinito da nossa Existência. Sempre quis alcançar o Infinito, mesmo sabendo-me incapaz de o alcançar. Talvez resida ai o erro de Mim. Sempre adorei deitar-Me comigo e acordar Comigo mesmo. Porém hoje, deito-Me comigo e acordo tão Sozinho, como se Mil tornados me habitassem a Mente quando durmo e me levassem para o sítio da incansável Busca e então aí sou aquele que de Mais pobre ao Mundo veio. Serei o peregrino de Mim, mesmo não me sabendo?
Os dedos estão ásperos do toque que não tenho e os olhos semi-cerrados do olhar no Nada do que sou. Vivo-me na Terceira das minhas vidas: a vida utópica. Tenho a teoria que todos temos três vidas: a sofrida, a vivida e a utópica. Não há lugar a meio termos nem a simples indagações de vida ideal. Se fosse ideal a vida não culminava na Morte, antes no prorrogar de uma História que se queria idílica. Vivo-me na Vida Utópica para Me acreditar e para acreditar que algo pod ser melhor do que aquilo que já fui e já tive. Mas, afinal, o que quer dizer a palavra Utopia?
Indago e penso no Engano que penso, pensando que penso o que está errado no pensar. E ainda assim, continuo pensando que posso ser o Homem que... Lutará para que Nada seja o certo dos dedos, e dos toques e ainda assim não percebo que rumos e trilhos cruzo. Se é que tenho trilhos no que quer que seja.
Hoje, tento desvendar o meu código, perdido nos dedos de quem me deixa.
Apenas eu, Hugo!

Sunday, August 06, 2006

Pedaços

Sempre que sorrio uma pequena parte de mim chora. A parte daquilo que já fui verga-se perante a constatação e manifestação do síndrome do palhaço, ou a simples indagação de uma felicidade forçada. Sinto-me levado por um estigma só Meu. Aquele pedaço de brisa que nos toca no Ocaso do Dia, hoje feriu-me os olhos levando as mucosas a reagir. Rio-me por chorar, e choro rindo. Que faço afinal?
Sinto-me mais míope que um cego e talvez mais perdido que um alguém que conhece onde está o Tesouro. Apalpo-me como se estivesse sem tacto e ouço-me como se estivesse sem voz. Infelizmente, agora nada mais posso dizer do que aquilo que não sei e sentir aquilo que nunca senti, porque o que sinto me fere as pálpebras e me apunhala pelas costas.
Amanhã o dia vai nascer com os tons do Nada do Costume. A vidinha costumeira do dia-a-dia em que as pseudo-metáfora idealista afloram, afirmando cabalmente a irremediável rota da Felicidade. Pena que os lírios apregoados das pseudo-metáfora hoje murcharam no calor sombrio de uma trépida tarde de Verão que me queimou as estranhas e me deixa aqui como um peregrino sem Santo.
Preciso achar a rota de Mim mesmo. Perceber os toques do meu Tacto, perceber como Olhar, como Ser, como Ouvir aquilo que a prolífera voz da urbe me canta como sereias acenando ao Longe. Míope na Vida, mais não me resta do que ouvir o Canto como se de um Surdo sem cura me tratasse. Às vezes, tamanha lucidez das palavras que vomito, fere-me a Alma, como se a lucidez que pregue me ficasse impregnada até à exaustão e me levasse até a um estado de moribundo vivenciado, por entre as felicidades alheias.
Porquê? Porquê o mesmo trilho seguido com pessoas que são diferentes? Porquê a rotina dos toques e dos sentidos de Vida? Porquê o mesmo Destino em tudo o que faço?
Hoje, fecho-me na pétala da flor que criei e habito-me no meu casulo para que hoje não me possam ferir...
Mais uma vez hoje, tenho-me apenas a mim mesmo...
Habitar-me-ei nesta noite trépida, árida de um sentido aceite.
Apenas um árido de Vida, apenas eu, Hugo

Saturday, August 05, 2006

Axiomas e Teoremas

Todos os axiomas e teoremas da minha vida estão ainda por ser descobertos. Todos aqueles nexos e causalidades que nos definem, ou aqueles simples motivos que nos fazem perceber os porquês, estão ainda por emergir quando Me sinto mais longe que o Fim do Mundo. É nesses momentos em que o Mapa de Mim parece irremediavelmente perdido, que sou o mais feliz dos Homens. Quando a Busca pela Teoria Perfeita, em que as demonstrações saltam do papel, me faz sentir como um caso especial no caso geral da banalidade das pessoas que me tocam.
É na premissa dos erros das pessoas que me tocam, que ergo a minha dissertação. Assente num planalto de Mentiras, a mensagem que prego a minha Dor ao Vento para que ele a leve. Mas como tatuagem vincada na Alma, ela teima em manter-se pregada a mim, como um prego cravado no osso mais profundo que possamos ter. E assim, vivo com as premissas dos erros, na teoria do Hoje, no axioma do Amanhã.
Dei por mim envolto nas nuvens de Incêndio a que chamo Vida e aí derramo as lágrimas de um sentir tão Meu, num Céu que se fecha quando passo. É nesse Incêndio que vou ardendo todos os dias, consumindo-me, cinzando-me ( Não será um erro esta palavra, antes o acto ou efeito de me tornar em cinza a cada dia que passa), sendo cada vez menos do que ontem, como se me tivesse na ampulheta que corre para o seu fim. Sinto-me a boiar no mar de sargaço, em cuja Maré provocaste. O sargaço dos dedos com que tocas na banalidade e abraças todos os dias, a carne da Evidência negada que sempre cobiçaste. E hoje, cinzo-me como um qualquer Nada, embaranhado em coisa nenhuma, preso a fios de um Passado espinhoso, que teimaste em esquecer no Virar da Esquina da Tua Decência...
Hoje vou-me perder nos Aliados. Virar as costas ao Porto e sentir-me Aqui e Além de todas as maneiras. Tentar mitigar a evidência, tentar sentir a decência, tentar calar os olhos que tanto falam quando Sou.
Hoje, sou Peregrino do Que não Sei.
Hoje, Perdi-me...
Hoje, sou apenas eu, Hugo.

Friday, August 04, 2006

Vertigem

Vertigem é o nome com que te olho de cima, sem te ver. Talvez a miragem da grandeza do que foste ou a simples constatação da tua pequeneza.
Dou por mim a pegar em folhas de papel vazias de mensagem num amontoar de letras que escreveste. Pergunto-me sobre o que quererão dizer, se serão alguma coisa ou apenas mais um pedaço das tuas meias coisas.
Vejo um papel cheio de pedidos e de vontades para um futuro, esse futuro que anseias por virar as costas nesse teu modo sui generis de enfrentar as coisas com o ar de criança e atitudes de adulto muito vivido. Olho e vejo o turbilhão daquilo que penso esmorecer-se por entre os toques que se não sentem. Hoje, nem te conto a trivialidade pois nem isso mereces e talvez a palavra que te disse seja pouca perante a imagem que vais ocupando em mim.
És talvez o Oásis que secou. O deserto que se tornou árido, quando a grandeza do Ser se esgotou para se entregar à complexidade vivencial, ou simples indagação de um viver mais subtil, menos valorizado, ou simplesmente mais Teu. Ainda hoje dou por mim a pensar no que serás. Se serás a Pessoa dos quases, dos ses e das coisas falhadas, por entre palavras ditas ao vento e promessas que nunca serão cumpridas. Será a Vida o Teu Banquete? Serão as Pessoas a Tua toalha de Mesa? Ou não saberás simplesmente o que queres?
Contei-te a metáfora da Alice no País das Maravilhas, um dia algures no tempo e ainda hoje te sinto assim: qualquer caminho serve porque não sabes o que queres. É-te complexo sentir, viver, sentir, dar, receber, e tudo o mais que envolva a partilha e somente tenho pena que as coisas que penso sirvam para te ver como a Pessoa que tinha tudo em Si e não era mais que a miragem dos olhos, o sentir dos sentidos, a falsa falácia das mentiras das palavras que disseste, escreveste e disseste sentir.
Hoje, dou-me a Ver-te como um relógio de cuco, apitando a cada vez que o teu ser me faz faísca. E até aí, me vejo a Ter-te não Tendo por toques que não tenho, nem quero. Porque a Vida me quer, e porque não sabes o que queres da Vida. Talvez a lástima do que És redunde no absoluto desdém que de mim provém, por entre as incoerências de Vida, as Mentiras, as Tristezas e coisas que fizeste de maneira menos clara.
Hoje, pego na mais árdua rocha e atiro-a à parede para que te caia em cima e te tire de Mim de vez, para que a boca que abres e beijas outros, não mais profira as lanças que usas e as mentiras que protelas.
Hoje, a revolta gela-me o Ser. E eu mesmo me vou cristalizando a cada minuto que passa neste relógio de pulso. O tempo que seria das NossasHoras, passou a ser o Tempo dos Teus Desvarios, das Tuas Loucuras, e dos Teus Banquetes.
Gelo-me, cristalizo-me e fecho-me nas copas do meu baralho, para que nenhum Ser me provoque este sentimento que me corrói. Para que não mais alguém seja capaz de me desiludir de Morte e colocar em Mim a coisa mais horrorosa que alguma vez senti: o Desdém.
Hoje, o olhar-Te dá-me Vertigem. O falar-Te aterroriza-me. O sentir-te não sei, porque perdeste-me. Sim tu perdeste-me e talvez de nós os dois, quem sairá mais a perder serás inequivocamente Tu.
O tempo de crescer estará aí.
O tempo de sentir também.
O tempo de me hibernar também.
Até que alguém tenha a força de derreter o iceberg em que me tornei...
Hoje, num noite de Verão, mais gelado que um iceberg, apenas eu, Hugo!

Thursday, August 03, 2006

Abismo de Sentir

Quando sentimos somos sempre aquele que manda no Mundo. Aquele cujo Universo se verga para nos ver passar. A nossa condição de egoísmo faz-nos levar mais longe do que aquilo que almejaríamos alguma vez tocar com o triste olhar da desgraça.
Acordo para o Dia como um sentinela que desperta para a tarefa que o espera. Olhando os espelhos que me circundam, dou-lhes a triste falácia do Sorriso que tenho, preso por alfinetes ténues para que se não desmanche. E então aí, desmancho a verosimilidade da Mentira dos Teus Olhos, enquanto desço para a escada de Mim.
Hoje, toco-me com um Cego, procurando um caminho sem o conhecer. Talvez o simples deixar que a Vida nos conduza, seja a Metáfora da Existência por descobrir. Sem ser Mago, ou Artífice, dou por mim a percorrer as linhas de um comboio que faz tempo que descarrilou, rente à boca que mudou o Mundo, rente aos dedos que não me percorrem, rente ao Nada que deixaste no Tudo.
Talvez a sina do sentir seja a do conhecimento Total. Sentirmo-nos cheios, para que possamos dizer que o contrário existe e talvez por aí, termos a vivência do que somos plenamente. Hoje sinto-me frio, sinto-me distante, sinto-me o cubo de gelo que nunca quis saber. Nada me mói, nada me toca, ninguém me emociona e talvez por isso me sinta cristalizado na Coisa que Sou.
Hoje os toques e as palavras moram na Lembrança e no Nojo. Talvez as pequenas falácias daquilo que deixaste em mim te digam um rumo que nunca tiveste, sejam aquilo que nunca foste, e talvez eu seja feliz por inteiro.
Nada me quer, nada me deseja, nada desejo. Apenas o Sentir que o Vento me toca, como uma gaivota errante num Céu errático. Apenas sentir que cada vez que olho o Mundo, o Mundo me olha.
Hoje, sinto-me de tudo ausente.
Até de mim...
Apenas eu, Hugo